sábado, 23 de maio de 2009

Blogueira "mais velha do mundo" morre aos 97, na Espanha


da Folha Online

Uma espanhola tataravó, que se autointitulou como a "blogueira mais velha do mundo" e que ganhou diversos seguidores na internet, morreu na terça-feira (19), aos 97.

Maria Amelia Lopez, que foi introduzida à blogosfera por um de seus netos, usava uma mistura de humor e nostalgia para narrar sua vida durante a longa ditadura de Francisco Franco (1938-1975).
Reprodução/YouTube
Maria Amelia Lopez, em vídeo postado no blog, se dizia "maravilhada com a web
Maria Amelia Lopez, em vídeo postado no blog, se dizia "maravilhada com a web

"Hoje é meu aniversário e meu neto, que é muito mesquinho, me deu um blog", ironizou Lopez em seu primeiro post, datado de 23 de dezembro de 2006. O endereço da página é amis95.blogspot.com.

Seu blog rapidamente ganhou popularidade depois que a imprensa o descobriu. O número de visitas ultrapassou os 1,5 milhão --número que a "credenciou" para um encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Jose Luis Rodriguez Zapatero, que ela abertamente apoiava.

Autoproclamada comunista e nascida em 1911, Lopez eventualmente abordava os problemas de saúde em seus posts, desde consultas aos médicos até suas próprias opiniões sobre o quadro clínico.

Também eram comuns os comentários sobre a violência de separatistas bascos e sobre as pretensões nucleares do Irã.

Ela blogava esporadicamente --às vezes durante a semana, às vezes diariamente-- com o auxílio do seu neto, pois a catarata lhe impedia de enxergar.

Nos últimos meses, Lopez postava mensagens em vídeo no blog, em detrimento da escrita de textos.

Em um dos últimos posts feitos em fevereiro, ela se entusiasmou sobre como a "internet me maravilhou, mais e mais", depois que seu neto lhe apresentou a rede de relacionamentos Facebook.

Ela entrou no Facebook para defender os direitos dos idosos.

"Um dia, em breve, vou morrer. Tudo que realmente tenho medo de perder é a minha mente. Entretanto, vou continuar", disse ela em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", em 2007.

Com agência France Presse